terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Interpretação X Emoção




Olá a todos,

Hoje tem a boa e velha introdução. A imagem é de Pixote Mushi  http://pixotelc.blogspot.com/2011/03/obras-mundo-pixote.html
Vamos esclarecer bem meu último texto. Não, o Lucas não está apaixonado por ninguém! Não, ele não se sente sozinho. Eu simplesmente criei minha própria definição para solidão, solidão é NÃO AMAR e simplesmente isso que eu quis dizer o texto todo.
Eu sou solitário? De certo modo sim, romanticamente sou solitário porque praticamente não amo ninguém.

Bom, acho que pra explicar essa minha quase imunidade romântica eu acabo entrando em outro assunto, a interpretação contra a sensação.

Eu realmente acredito que quanto mais você entende algo, menos isso te aflige. Por exemplo:
Uma pessoa é deixada por outra, então essa primeira pessoa passa a entrar em desespero e sofre com isso, não tem a mínima idéia de como lidar com a situação, PRECISA da outra pessoa.
Com o tempo, a primeira pessoa descobre que essa dor ter origem interna, era só um sentimento extremo de posse, só um egoísmo comum humano, ao perceber isso, deixa de sofrer e encara o assunto de modo mais natural. A interpretação lógica sobre o assunto inibiu a sensação de dor.

Provavelmente é por isso que em geral os psicopatas parecem extremamente inteligentes, é muito mais fácil interpretar tudo, não sentindo a dor amorosa, não se prendem tanto a algo que não entendem.

Por outro lado, um pessoa com Down que pode ser considerada menos inteligente não perde tanto tempo querendo interpretar tudo. Pode sentir sensações de felicidade, amor e tristeza que jamais uma pessoa comum poderia sentir ou oferecer. Vivem mais. (não em número de anos, vivem mais cada momento)

Eu acabo de mostrar os 2 extremos da balança. Embora olhemos diferentemente para os 2 casos, ninguém deseja a psicopatia ou a síndrome de down para ninguém. Extremismo também não me agrada meus caros. Esses extremos tem defeitos e qualidades bem gritantes, mas eu realmente não desejaria ter que optar por algum deles.

Bom, não sei se estou sendo claro, provavelmente não porque ninguém entende o que eu escrevo. O caso é que eu fico pensando demais nas coisas, não remoo meus sentimentos, apenas tento entender eles, ao entender eles passam a ter um sentindo novo para mim.
Fiquem tranquilos porque não sou um psicopata. Um psicopata não sente. Eu sinto, interpreto e dissolvo.

Me sinto feliz assim, sentimentos voam em todas as direções, poucos me atingem, desses poucos alguns são selecionados. Decido se cultivo ou não um sentimento, se vale a pena ou não. Surge a paixonite, posso transformar em paixão e sendo correspondido posso evoluir para o amor.

Isso passa a ser uma opção minha porque sei exatamente em qual dessas 3 fases estou, simplesmente por observar o comportamento ridículo que tenho em cada uma das fases.

Eliminando minha atração sexual e romântica, eu investi nesse sentimento com um grupo de amigos e amo meus amigos, sabia exatamente que investindo naquele sentimento amigável eu iniciaria um amor quase fraternal dentro de mim. Já com as mulheres tenho mais o pé atrás.

Sim, muitas mulheres me chamam atenção, a paixonite surge frequentemente, as vezes invisto para virar paixão. Mas e o amor? Isso só se eu for realmente correspondido e realmente valer a pena. Sim, isso me torna de certo modo frio, a pessoa que some do nada. Enfim, essa frieza é como ossos do ofício, esse sou eu e assim eu gosto de viver. Sem extremos, não sofro demais, não me alegro demais, não vivo demais. (ao contrário do down, não vivo tão intensamente cada momento)

Minha vida é leve, quem desperta sentimento em mim é ainda mais precioso nessa vida. Com essa vida leve é que vou vivendo mais sem pressa de morrer e sem medo da morte. Sim, interpreto meu medo da morte também, não me aflige tanto. Também interpreto meu desejo de viver e invisto nele porque gosto desse sentimento.

Gosto de aproveitar intensamente o que faço mas ter uma consequência interna leve e sadia.

Pra mim esse é o modo de ser feliz, sem extremos. Sei que perco muita felicidade intensa desse modo, mais do que isso, perco muito sofrimento e o sofrimento é quase que sagrado (falarei sobre isso no próximo post). Mesmo assim gosto muito da minha vida e o do que ela me promete.


Enfim, o assunto é esse, espero que tenham entendido ao menos em partes o que escrevi. Devem entender mais o meu estilo de pensamento. Segue abaixo dicas para me entender melhor no blog:

- Nunca tomo nada como verdade absoluta, isso pra mim nem existe.
- Nunca abro meu coração aqui, se procuram textos mela calcinha/cueca vão ler Caio Fernando Abreu, minhas raras declarações serão apenas para as respectivas pessoas as quais investi meu sentimento.
- Sim, eu não escrevo muito bem, estou trabalhando nisso, tentar escrever de um jeito mais fácil de interpretar.
- Por favor, nunca acreditem de fato em nada do que digo, prefiro que simplesmente pensem sobre meus assuntos, se discordar, melhor! Se me dizer porque discorda, melhor ainda. Se eu responder uma resposta discutindo sua discordância, não estou brigando, só estou querendo crescer junto com você.
- Não tendo verdade absoluta isso quer dizer que eu simplesmente não acredito em nada e tudo que eu falo é "achismo", por isso que não quero que acreditem em mim.
- E o mais importante de tudo, SEMPRE PRESTE ATENÇÃO a estas pequenas palavras: acho; acredito; talvez; as vezes; não; possivelmente; etc... Elas são principalmente uma NÃO-AFIRMAÇÃO.


E assim termina meu post de feriado já com assunto pra próxima semana.

Ciao ragazzi e ragazze!

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Solidão.



Olá a todos,

Novamente vou cortar esse papo de que faz tempo que não posto nada. Vamos pro assunto?

O que é solidão? É estar sozinho? É gostar de alguém e não ser correspondido?

É isso mesmo que define alguém solitário?

Desculpe, mas gostar de alguém e não ser correspondido pra mim é simplesmente platonismo, o vício no sofrimento. O sofrer é simplesmente o investimento emocional que se faz em algo que te desagrada, essa adrenalina da dor é viciante e também pode ser boa até certo ponto.
Acontece que podemos simplesmente não ter esse platonismo por preferir a reciprocidade. Tudo isso não tem nada a ver com solidão, afinal, nesse caso está envolvido com alguém de um modo ou de outro, é o oposto a solidão.

Então a solidão é estar sozinho?

Bem, estar sozinho ajuda muito a ter solidão, mas não é o que a define.
É muito comum algumas pessoas viverem sozinhas e não serem solitárias, no caso essas pessoas amam e isso elimina a solidão. De algum modo também estão envolvidas com outras pessoas.

Agora tá bem mais fácil definir solidão né?
Solidão é o não amar, é o não se envolver com as pessoas. Não é um sentimento, é uma situação.

Entendendo melhor o é e o que leva a ter os sentimentos por outra pessoa cria  uma barreira para se envolver com os outros, essa barreira se não for quebrada nos remete a viver solitários. Acontece que essa barreira é boa, é saudável, nos protege do vício do sofrer. (sofrer também é bom, o ruim é o vício)

Acontece que devemos ter capacidade de ultrapassar essa barreira quando nos for conveniente. Não ter ela é perigoso e não pular ela é bem preocupante. Se tivermos a barreira do entendimento sentimental de um modo que não possamos controlá-la, viveríamos quase como psicopatas, totalmente indiferentes as pessoas a nossa volta. Temos que nos arriscar de vez em quando, adrenalina é uma droga boa, desde que seja controlada.

Então assim como não existe o bem e o mal, que é tudo questão de interpretação, a solidão não é ruim, também não é boa. Bom mesmo é manter ela de modo conveniente a nós. Ela não é necessária, pode ser muito bem descartada, como na maioria das vezes é, mas é um recurso bem interessante nessa arte de viver.

Então aproveitem a sua solidão, ou não.

Obrigado por lerem.

Ciao!!